Bianca Almeida



O pênis contém estruturas vasculares (sinusóides) que se enchem de sangue, promovendo ereção e rigidez penianas. A ereção peniana ocorre a partir de estímulos eróticos que chegam ao cérebro através dos órgãos dos sentidos, influenciados por aspectos orgânicos, hormonais, emocionais, de personalidade, comportamentais etc. O cérebro então, envia mensagens para os nervos do pênis; estes liberam substâncias que relaxarão os sinusóides do pênis. Esse relaxamento promove um maior fluxo de sangue (vasodilatação) que encherá os sinusóides do pênis, conferido-lhe a rigidez necessária para o ato sexual. No estado ereto, o aporte de sangue para o pênis é maior e mais rápido e o retorno deste sangue, de dentro do pênis para a circulação, é menor e mais lento, mantendo a rigidez peniana pois o sangue fica "aprisionado" no pênis. Cessado o estímulo erótico ou, em geral, após o orgasmo, ocorre o contrário. Os nervos penianos liberam substancias que provocarão uma contração dos sinusóides, dificultando a chegada do sangue ao pênis e liberando a quantidade a mais de sangue já existente. Então, a quantidade de sangue que chega ao pênis é bem menor do que a que sai, promovendo e mantendo a flacidez do órgão. Portanto, para que ocorra ereção peniana, é necessária a integridade e o correto funcionamento de vários fatores envolvidos no fenômeno: adequado estímulo sexual; adequado estado emocional; adequada integridade das vias nervosas que transmitem o estímulo do cérebro ao pênis; adequado funcionamento dos sinusóides e outros vasos sangüíneos do pênis.



Impotência sexual ocorre quando falha algum ou alguns dos elos responsáveis pela cadeia de eventos que leva à ereção peniana. É definida como a incapacidade de obter uma ereção com rigidez suficiente para a penetração e/ou mantê-la por um período de tempo adequado para a satisfação sexual do casal. Atualmente, preferimos usar o termo disfunção erétil peniana (DE). Estima-se que a Disfunção Erétil acometa de 10 a 20 milhões de brasileiros. A maioria dos homens, em algum momento de suas vidas, experimenta episódios de Disfunção Erétil, muitas vezes decorrentes de cansaço, stress, abuso de álcool ou desmotivação sexual, entre outras causas. Uma falha ocasional não deve ser supervalorizada. Porém, se o problema persistir, deve-se procurar a ajuda de um urologista. As causas da Disfunção Erétil são divididas em orgânicas, psicogênicas e mistas. Tal distinção não é fácil de realizar, visto que um problema orgânico poderá, adversamente, afetar o estado psicológico do paciente e vice-versa. Em muitos casos, encontramos tanto fatores orgânicos quanto psicogênicos, levando à Disfunção Erétil. Vários fatores de risco são implicados nessa doença, tais como: idade avançada; diabetes; hipertensão arterial; doenças vasculares periféricas; doenças neurológicas; doenças endócrinas; traumatismos da medula espinhal; cirurgias pélvicas radicais; radioterapia; priapismo; alcoolismo; tabagismo; consumo de maconha e/ou cocaína; uso de alguns antihipertensivos, tranqüilizantes e psicotrópicos; problemas no relacionamento com a parceira; stress; ansiedade e medo de falhar; depressão; personalidade obsessivo-compulsiva; desvios sexuais.
O diagnóstico da Disfunção Erétil começa por uma cuidadosa história onde o paciente será inquirido sobre os fatores de risco já citados. Atenção especial para a história e hábitos sexuais do paciente, sobre a duração do problema, desejo sexual e parceiras. Segue-se um exame físico completo, com atenção especial para a região genital. Testes laboratoriais são solicitados de acordo com os fatores de risco. Os mais comuns são: hormônios, glicose de jejum e lipídios circulantes. Pode haver necessidade de avaliar a função erétil por testes realizados através da injeção de substâncias vasodilatadoras no pênis para avaliar a rigidez e a duração da ereção obtida.

O tratamento da Disfunção Erétil deve, inicialmente, sanar a causa básica, o que por si só já melhora o quadro. O arsenal disponível para o tratamento da DE inclui: medicamentos que se propõem a facilitar a obtenção da ereção por vasodilatação peniana, dentre os quais o Viagra® é o principal representante; reposição hormonal por via oral, parenteral ou transdérmica; medicamentos aplicados diretamente no pênis; medicamentos introduzidos no canal uretral; uso de dispositivos à vácuo para ajudar a obter e manter a ereção; tratamentos cirúrgicos para a correção de fatores de risco ou implante de próteses penianas semi-rígidas ou infláveis. Os distúrbios psicogênicos são enfrentados pelo uso de medicamentos específicos e/ou psicoterapia. Em alguns casos de distúrbios psicogênicos, emprega-se uma combinação do tratamento específico da condição com outros métodos usados para os casos de Disfunção Erétil orgânica.
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